“Li atentamente todas as informações divulgadas sobre os dados da pobreza em nosso país nos últimos meses. Constatei que o Brasil não saiu da miséria, embora o Governo Lula tenha dito que os programas sociais atingiram suas metas.
Não é verdade.
No estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, os benefi ciários não saíram da linha da miséria. Na região Nordeste, que concentra a metade das famílias atendidas pelo principal programa social do governo Lula, a renda familiar média após o pagamento do benefício não alcança os R$ 60 reais por pessoa.
Na região Norte, a média fica apenas em R$ 0,47 centavos acima da extrema pobreza. Segundo dados da própria Secretaria de Desenvolvimento Social, órgão responsável pelo cadastro e distribuição do Bolsa Família,
avalia-se que o valor pago pelo Governo Federal entre R$ 18,00 e 112,00 mensais, dependendo do grau de pobreza e do número de fi lhos em idade escolar, não é suficiente para tirar muitas pessoas da situação de extrema pobreza.
O Maranhão, Estado que tem como seu maior representante no Congresso Nacional o ex-presidente da República - embora seja eleito pelo Amapá -, apresenta o menor índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no País. As famílias maranhenses registradas no programa têm uma renda mensal de R$ 55,00 por pessoa da família após o pagamento do benefício.
Já nos Estados de Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os ganhos com o Bolsa Família estão em média de R$ 66,00, o que não é o suficiente. O Ministério do Desenvolvimento Social, ainda não calculou o número total de famílias com renda inferior a R$ 60,00, mas informa que parte dos 11 milhões de famílias beneficiadas quando entrou no programa, a renda média era inferior a R$ 6,00 por pessoa.
Sabe-se que o Governo Lula não cogita aumentar o valor do benefício neste ano, mesmo assim o programa custará aos cofres da nação R$ 8, 7 bilhões.
Diante deste fato, embora o Congresso Nacional tenha votado várias Leis de interesse social do país, parece que os recursos não estão atingindo seus objetivos.
É preciso uma maior vigilância do Legislativo nas contas do Executivo.
Leio com tristeza que a Capital do Brasil, esta bela cidade de Brasília, apresenta o maior índice de desigualdade social do País. Os dados são do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio.
A Capital Federal teve uma piora em termos de desigualdade social desde 1995 até 2009. As cidades do entorno tiveram a pior distribuição de renda entre as regiões metropolitanas do país. Os profissionais da pesquisa apontam que a causa da má distribuição de renda em Brasília existe porque há um contraste entre o funcionalismo público e o grande número de pobres e miseráveis nas cidades-satélite.
Os economistas concluíram que essas regiões do Distrito Federal têm características muito diferentes do resto do país. Eles explicam que a distribuição de renda típica no Brasil deriva de uma grande quantidade de pessoas pobres, acima das quais existe uma classe média que sobe na escala da renda no Brasil, e no topo desta pirâmide, há um número bem menor de pessoas muito ricas.
Os cerca de 20 a 30% dos mais abonados em Brasília ganham mais que seus equivalentes em Estados ricos como São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Convém lembrar que o lucro fabuloso dos bancos neste ano favoreceu apenas a quem já detém o capital e não em favor daqueles menos favorecidos.
Será que este lucro fantástico de poucos tem auxiliado a combater as causas sociais do País?”
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